segunda-feira, 6 de junho de 2011

Nacos de História - O dia-a-dia de uma revolução


Março de 1841




01 de Março de 1841

O General Imperial João Paulo dos Santos
Barreto sai de Rio Pardo 5200 homens. Ele é o Comandante das Armas da Província de São Pedro. No Rincão da Formiga no cerro de Prongos (hoje Pinheiro Machado) recebe a incorporação de 1200 homens sob o comando do Coronel João da Silva Tavares. Querem porque querem bater os farroupilhas.

04 de Março de 1841
Pela segunda vez é nomeado
Presidente da Província o Dr. Saturnino de Souza e Oliveira.

14 de Março de 1841
Bento Gonçalves da Silva reassume
a Presidência da República Rio-Grandense, em São Gabriel, recebendo-a de José Mariano de Mattos.

24 de Março de 1841


O Conde de Rio Pardo, Tomaz Joaquim Pereira Valente, que de valente não tinha nada, é nomeado Comandante em Chefe das forças imperiais em operações do Rio Grande do Sul, mas João Paulo não quer lhe passar o comando.


As Verdadeiras Causas da Revolução Farroupilha... Continuação

2) As causas Militares:
Ao primeiro grito de alarme na fronteira com os castelhanos, a Corte se lembrava dos rio-grandenses, apelando para seu patriotismo ou simplesmente fazendo a sua convocação complusória. Sempre foi assim antes do Decênio Heróico e sempre será assim. Depois, como por exemplo, contra Rosas e Oribe, contra Aguirre e Solano Lopez.  Os rio-grandenses foram os melhores soldados do Brasil desde que Rafael Pinto Bandeira se tornou o terror doas castelhanos na fronteira
            A desastrada incorporação da Cisplatina (1817) Veio no bojo de uma guerra suja cuja efervescência começou antes e que terminará só muito tempo depois e colocará no primeiro plano a figura de grandes militares rio-grandenses, todos ou quase todos envolvidos na guerra desde a adolescência. São eles os heróis do momento, aclamados e condecorados. Mas sem concessão de desmaria de terras e quase sempre sem títulos de nobreza, porque eram rio-grandenses, homens rudes do campo, avessos aos conchavos e rapapés da Corte. Na hora da outorga do comando e das honras, só apareciam os militares da Corte, portugueses, muito deles, ou filhos de portugueses, monarquistas convictos, gente ligada aos Braganças.
Assim, quando o exército misto argentino-uruguaio, forte de oito mil homens das três armas, invadiu o Rio Grande do Sul por Bagé, veio do Rio de Janeiro Dom Pedro I, o próprio Imperador comandar a defesa e a reação do Brasil. Mas a doença da Imperatriz chamou o jovem monarca de volta à Corte e, contra o desejo de todas os militares rio-grandenses, assumiu o comando o Marquês de Barbacena, de triste atuação na História do Brasil.
            O velho Marquês aqui foi um desastre. Ele sacrificou a fina flor do exército no Passo do Rosário, onde os castelhanos cantam vitória até hoje evocando Ituzaingó... Ali Bento Manoel Ribeiro não quis combater. José Abreu, o “Anjo da Vitória”, morreu em ação, ingloriamente, ao que se diz, vitimado pelas balas de fuzileiros reais em pânico.
            Os militares, que se portaram à luta nessas circunstâncias, não escondiam a revolta e a exasperação e jamais perdoariam a Corte pelo desastre, aí incluindo o fiasco todo da Cisplatina, onde a grande vítima em homens e animais tinha sido o próprio Rio Grande do Sul.


Continua...

Nenhum comentário:

Postar um comentário